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“Tá errado, mas tá funcionando”: O custo invisível do jeitinho na TI 

A frase acima, comum no dia a dia de muitos profissionais de TI, carrega um peso enorme — especialmente quando falamos da infraestrutura de empresas que operam com dados, sistemas críticos e conectividade constante. Ela representa uma cultura de improviso que apesar de parecer inofensiva em curto espaço de tempo, pode gerar impactos catastróficos em médio e longo prazo. 

No calor da urgência, é comum adotar soluções rápidas para manter tudo em pé: configurar uma VPN sem autenticação multifator, liberar permissões administrativas para todos os usuários, adiar a implantação de backups automatizados. O problema é quando essas soluções provisórias se tornam permanentes — e invisíveis. A TI passa a operar com um acúmulo de instabilidades, gerando problemas iminentes na infraestrutura da empresa.  

O que está por trás do “jeitinho”? 

As causas são diversas: 

  • Pressão do cliente ou da diretoria para “resolver logo”. 
  • Falta de braço técnico para planejar com calma. 
  • Desconhecimento dos riscos envolvidos. 
  • Cultura organizacional que valoriza mais a agilidade do que a qualidade. 

Mas a consequência é única: um ambiente frágil, vulnerável e insustentável. 

Casos comuns de improviso 

São muitos os exemplos que podem ser encontrados em PMEs e até em empresas maiores: 

  • VPNs configuradas sem criptografia adequada ou sem políticas de acesso granular. 
  • Usuários com perfil de administrador local em estações de trabalho e servidores. 
  • Backups manuais em HDs externos, sem testes de restauração. 
  • Firewalls desativados por “incompatibilidade” com algum sistema legado. 
  • Uso de planilhas locais como única fonte de dados sensíveis. 

Na superfície, tudo pode parecer funcionando, mas é uma falsa impressão. O que parece eficiência esconde uma série de riscos operacionais – e legais. 

Os custos invisíveis 

Quando tudo “funciona errado”, os custos reais podem ser silenciosos — até que deixam de ser: 

  • Retrabalho constante para corrigir erros evitáveis. 
  • Risco jurídico, especialmente em ambientes sujeitos à LGPD ou normas setoriais. 
  • Downtime, com impacto direto na produtividade e no faturamento. 
  • Perda de reputação diante de falhas públicas ou vazamentos de dados. 
  • Desmotivação da equipe técnica, que vive apagando incêndio e sem margem para evolução. 

Ou seja, a “economia” gerada pelo improviso pode sair muito mais cara do que um investimento estratégico. 

O papel do profissional de TI como agente de transformação 

É nesse contexto que o time técnico precisa assumir seu papel não apenas como operador, mas como educador e conservador da infraestrutura. 

Não é fácil dizer não para um cliente ou gestor apressado, mas se faz necessário em algum momento.  

Alertar sobre os riscos, documentar os cenários, propor soluções graduais — tudo isso faz parte da maturidade técnica e do compromisso com a saúde do ambiente. 

TI não é sobre apagar incêndio. É sobre prevenir que o incêndio aconteça para que o time consiga trabalhar com fluidez e também perspectiva. 

Como mudar essa cultura (mesmo com pouco recurso) 

Obviamente, nem toda empresa tem orçamento para grandes soluções ou uma equipe robusta. Mas há formas viáveis de começar a construir uma cultura de governança, mesmo em ambientes pequenos: 

1. Documentação mínima 

Registre configurações básicas, topologia de rede, acessos e permissões. Não precisa ser um livro — um repositório bem estruturado já resolve. 

2. Política de acesso 

Implemente o princípio do menor privilégio. Revise regularmente quem tem acesso ao quê, e por quê. 

3. Processo de triagem técnica 

Antes de aplicar qualquer mudança em produção, avalie impacto, riscos e alternativas. Isso evita decisões impulsivas que geram retrabalho. 

4. Backups testados 

Não basta ter backup — é preciso garantir que ele funcione. Crie uma rotina mensal de testes de restauração. 

5. Alertas e automações simples 

Use ferramentas como Microsoft 365, Intune e Azure Monitor para criar alertas e automatizar tarefas recorrentes. Pequenas automações liberam tempo para atuar estrategicamente. 

Conclusão 

Ambientes de TI frágeis são o resultado de decisões apressadas, ausência de processos claros e uma cultura que prioriza a urgência em detrimento da estrutura. 

Com o tempo, o improviso deixa de ser exceção e vira regra, comprometendo a segurança, a performance e a reputação da empresa. A boa notícia é que não é preciso esperar por um incidente grave para mudar esse cenário.  

Começar pequeno, com ações práticas, já coloca a infraestrutura em um novo patamar de controle e previsibilidade. 

Na Innuvem Consultoria, com parcerias estratégicas como Microsoft e Canonical,  ajudamos mais de 100 empresas a transformar sua infraestrutura de TI com soluções personalizadas em computação em nuvem, segurança avançada e automação de processos.  

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Author

Luana Ferreira

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